quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Texto 18- A chapa esquentou: O Iluminismo chegou !


Iluminismo

Tranquilamente poderíamos chamar os anos entre os séculos XVIII e XIX de “Os anos chapa quente”. Neste período, para desespero das monarquias, vários acontecimentos abalaram a Europa e a América, inclusive o Brasil. Observe o que aconteceu nesta época:

* A independência dos Estados Unidos (1776)
* A Revolução Francesa (1789-1799)
* A Inconfidência Mineira (1789)
* Conjuração Baiana (1798)
* E vários países da América latina foram ficando independentes (no início do séc. XIX)...

Mas não parou por aí, este período foi acompanhado por um bando de ideias novas que propunham acabar com o poder da monarquia e da nobreza. Os indivíduos que defendiam tais ideias eram chamados de iluministas.

Os iluministas acreditavam que tinham como missão levar o esclarecimento a todos os setores da sociedade independente de classe social, pois, somente através da razão os homens alcançariam as luzes do saber, saindo então do mundo das trevas, onde a ignorância imperava.

Para eles, todos os governos tinham que primar pela liberdade e pela igualdade perante a lei, ao invés de se preocuparem com o luxo.

Acreditavam também, que a sociedade moldava os seus indivíduos para torná-los submissos a uma ordem econômica e hierárquica, inculcando-lhes superstições, medos, crenças e preconceitos. Para completar diziam que a Igreja acabava transformando os homens em meros fantoches dos poderosos.

O filosofo iluminista Jean Jacques Rousseau dizia que “o homem é bom por natureza, a sociedade é que o corrompe”.

Existia ainda, uma corrente de iluministas ligados à educação. Eram chamados de pedagogos esclarecidos (esclarecido e iluminista são a mesma coisa) . Eles afirmavam que seria através da escola que se mudaria o mundo, pois, se desde cedo, a escola educasse as crianças para viverem sem preconceitos, serem quietinhas e fraternais, o futuro seria bem melhor.

Os estudiosos ilustrados (os iluministas também são chamados de ilustrados) davam muito valor a ciência, acreditavam que através dela o homem comprovava as coisas pela razão.

Neste contexto cientificamente positivo, para desespero da Igreja, os iluministas começaram a explicar como funcionava o universo. Como exemplo, quando caia uma forte chuva e destruía as lavouras de uma aldeia, a igreja dizia que era castigo, enquanto, os cientistas diziam que era um fenômeno da natureza. Para eles, Deus criou o mundo com uma natureza que se movia através de leis própria.

Não precisamos nem falar que este modo de pensar motivou inúmeros avanços tecnológicos e científicos em vários campos como: astronomia, física, química, biologia, medicina...

Os principais pensadores Iluministas foram:

Barão de Montesquieu (1689-1755) _ Ele dizia que não existia um governo totalmente certo. Sua proposta mais conhecida foi a divisão dos poderes em três instâncias: poder legislativo, judiciário, executivo. Desta forma um poder fiscalizaria o outro.

Voltaire (1694-1778) Defendia a liberdade de todos os indivíduos. Dizia que o poder supremo dos Reis e da Igreja tinha que acabar.

John Locke (1632-1704) Dizia que um governo forte era necessário para defender a vida e a propriedade das pessoas, porém, este poder jamais poderia ser limitador e tinha que possuir um contrato com a população. Se o seu governo fosse bom ele poderia continuar no poder, mas, se ao contrário não fosse o povo poderia tirá-lo do poder.

Lourdes Belchior

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Texto 17: Um Campo de Extermínio chamado Gaza

* Há alguns anos li esse artigo ( acho que foi em 2006). Até hoje ele me impressiona. E agora o partilho com vocês!
* A foto acima registrou a dor de um voluntário que ao resgatar uma criança, após um bombardeio, percebeu que ela estava morta. O voluntário palestino não segurou a dor e chorou.
Texto 17:Um campo de extermínio chamado Gaza

(...) Na quarta-feira passada, intensos bombardeios israelenses destruíram a única usina de força e luz da faixa de Gaza, onde vivem 1 milhão e 300 mil palestinos. Setecentos mil ficarão sem luz pelos próximos seis meses. Esses estão dentro de casa abanando-se com leques e jornais (a temperatura bate os 38 graus), olhando para suas geladeiras que não funcionam. Por outro lado não podem sair de casa por causa do intermitente bombardeio e possibilidade de invasão a qualquer hora.

A escuridão sufocante e as explosões em massa fazem tremer as cidades. O zunido dos mísseis estilhaçam milhares de vidraças, crianças correm para os braços das mães, velhos sofrem ataques cardíacos e mulheres abortam espontâneamente. Setecentas mil pessoas sem eletricidade, sem um rádio onde possam ouvir uma voz amiga lhes dizer: “Nós vamos socorrê-los”.

Os palestinos estão sem comida ou com comida podre. Sem leite e sem água. Muitos cozinham cereais em fogões a gás. Mas com as fronteiras fechadas, o que fazer quando o gás acabar? O suprimento de água em Gaza é feito eletricamente. Poderíamos chamar isso de terrorismo?
O aqueduto está contaminado pela água do mar e por impurezas provocadas pelas bombas. Para que essa água seja purificada, teria de ser tratada por máquinas elétricas. Claro, a água pode ser fervida, mas até quando? Beber água contaminada significa simplesmente cólera.

Se ocorrer uma epidemia, ela se alastrará como fogo em palheiro entre uma população sem espaço para se movimentar, com medo de se movimentar. Quando não existe água e luz, os hospitais são inúteis, são inúteis os médicos, as enfermeiras, os bons samaritanos.
“Os palestinos de Gaza não podem nem fugir”, explica a jornalista e cientista política Virgínia Tilley. Nenhum dos países vizinhos tem condições de absorver quase um milhão de pessoas pobres e desesperadas.

Logística e politicamente desestabilizariam o Egito. Não podem procurar ajuda e segurança com seus amigos e parentes, na margem ocidental do Jordão, pois é proibido sair da região de Gaza.Não podem nem passar pelo Egito para atingir a Jordânia porque Israel não permite a passagem de pessoas com carteiras de identidade de Gaza.

Israel já cometeu inúmeros crimes de guerra sem que nada acontecesse, desafiando abertamente a Convenção de Genebra. (...) Israel transformou a faixa de Gaza num campo de extermínio e o mundo discute futebol. Na escuridão, ninguém enxerga. É quando os ratos se aproximam para o banquete.

Fausto Wolff- Jornal do Brasil

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Texto 15: Revolução de Avis


Revolução de Avis

Muitas pessoas se perguntam o motivo pelo qual Portugal tornou-se o pioneiro na expansão marítima, tendo-se em vista que ele era um país pobre, com estruturas feudais e uma burguesia que não era lá grandes coisas.

Existem vários motivos para tal pioneirismo, a maioria dos livros didáticos os apontam (boa localização geográfica, técnicas de navegação etc.), entretanto, o motivo que serviu de base para tal empreendimento foi a Revolução de Avis (1383-1385). Vamos ver como ela aconteceu?

A partir do séc.VIII os árabes começaram a dominar a Península Ibérica. A presença desses árabes na Europa transmitiu aos europeus importantes conhecimentos sobre a matemática, navegação, medicina e a filosofia entre outras coisas.
Apesar de tudo que aprenderam, os europeus viam os árabes como intrusos, e sonhavam com o dia em que fossem embora.

A medida que os árabes eram expulsos vários reinos, condados e feudos se expandiam. No ano de 1139, uma região da Península Ibérica conseguiu se libertar do domínio muçulmano. Após três anos essa região transformar-se-ia em Portugal (1142).
Todo esse processo de guerra contra os árabes promoveria a união entre a nobreza, a burguesia e os setores populares, centralizando o comando, o poder e fazendo crescer o sentimento de nação entre o povo.

Em 1383 o Rei de Portugal morreu. Espertamente, os nobres do reino de Castela ( que hoje podemos chamar de Espanha) tentaram anexar Portugal aos seus domínios. No passado Portugal, que se chamava Condado Portucalense, fazia parte do reino de Castela ( atual Espanha).

Para evitar tal união os portugueses se revoltaram e promoveram a Revolução de Avis, coroando D.João I, Rei de Portugal. Agora, Portugal já era um Estado, tinha um Rei, uma burguesia que bancava as viagens e já podia lançar-se ao mar, o que viesse era lucro, lucro só seu !
Lourdes Belchior

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Texto 14: Não guarde, jogue fora!

Texto 14

Pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo mostrou que grande parte dos brasileiros - 87% - admite que há discriminação racial no país, mas apenas 4% da população se considera racista. Há racismo sem racistas? Onde você guarda o seu racismo? Não guarde, jogue fora!
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