quinta-feira, 16 de junho de 2011

Carta testamento de Getúlio Vargas.

A pedido de um aluno, permito-me dizer, getulista por natureza, partilho um dos documentos mais marcantes da história do Brasil Republicano, a carta escrita por Getúlio momentos antes do seu suicídio.
“Mais uma vez as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam; e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes (...)


Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo e renunciando a mim mesmo, para defender o povo que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar a não ser o meu sangue(...)Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta.

Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com perdão. E aos que pensam que me derrotam respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo, de quem fui escravo, não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue terá o preço do seu resgate(...)

Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Governo do Rio de Janeiro X Greve dos Bombeiros.

Diante de um momento de crise o governador desqualifica seus servidores. Há pouco tempo atrás nossos bombeiros eram heróis, agora são delinquentes, nas palavras do governador.

Esse fato me lembra a Revolta de Chibata de 1910, quando um jovem marinheiro desagradou seu superior e recebeu como castigo 250 chibatadas. Seu nome era Marcelino Rodrigues.

Vários marinheiros foram obrigados, pelos seus superiores, a assistirem aquele momento de dor e humilhação. Conta-se que era possível ver partes da pele do soldado pelo chão, tamanha foi a violência.

Naquele momento, uma revolta surgia no coração de cada marinheiro que sentia parte da dor do companheiro. A dor coletiva externou-se, e explodiu, gerando a famosa Revolta da Chibata.

Na ocasião, vários marinheiros tomaram o controle de alguns navios e ameaçaram bombardear a cidade do Rio de Janeiro, em especial o Palácio da Presidência. O líder do movimento era João Cândido. Todos reivindicavam o fim dos castigos físicos.

O conflito se tornou luta armada, e após várias mortes a reivindicação foi atendida. Os marinheiros não mais seriam açiotados após aquela data.

Nenhum beneficio, em história, passa pela porta da frente. Os que reivindicam são chamados de vândalos, insubordinados e bandidos. A história depois redime.

Atualmente, a Revolta da Chibata é uma das histórias contadas em sala de aula. Tenho certeza que a invasão do quartel já está sendo também.
É das “lutas” entre os que mandam  e os que vendem a sua força de trabalho, que saem as vitórias.

Proponho que todo político tenha seu salário nivelado pelo piso salarial dos bombeiros e policiais. O que você acha ?
Por fim digo que, nós cariocas, amamos nossos bombeiros. Os chamamos para tirar gato de árvores, suicidas de prédios e vítima de acidentes. Não conheço ninguém que tenha chamado um governador ou outro político qualquer.