quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Reforma agrária: impossível diálogo.

Terminei de ler o livro, Reforma agrária: impossível diálogo.

Partilho com vocês algumas conclusões.

Segundo o autor José de Souza Martins, quando chamamos os sem terras de excluídos não estamos favorecendo a mudança social, pois, o termo excluído pressupõe a legitimação da realidade.

Durkheim diz que o Estado através da força coercitiva molda a consciência coletiva da sociedade. E como no Brasil os partidos políticos, que de certa forma representam o Estado, possuem compromissos com as classes dominantes, a reforma agrária tende a não sair.

Muitos intelectuais alegam que a reforma agrária traria prejuízos para o desenvolvimento da economia capitalista brasileira. Eles representam a postura do Estado que prefere optar por projetos sociais do que por uma reforma profunda.

O brasileiro acredita que o Estado antecipa soluções dos problemas sociais, sendo assim, nega-se a participação dos indivíduos na construção de processos históricos que primam por melhorias, pois o Estado agirá primeiro, arrancando da sociedade todas as suas iniciativas.

Um dos grandes defeitos do MST é falar em nome da sua instituição, não em nome da classe pobre, que é a que está diretamente envolvida na questão, desta forma, se isolam e caem na anomia social.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Texto 21: Saga de Nascimento: O herói Brasileiro


A imagem do herói está presente no imaginário das sociedades. Jung chamava atenção para o fato de que os mitos e heróis encarnan padrões culturais. Será que na realidade brasileira está presente a crença de que nada muda ? Será que o nosso herói Capitão Nascimento reforça isso?
Leia e pense a respeito.

Filme 1

O nosso herói se chama Capitão Nascimento. Seu primeiro nome é Roberto, mas ninguém o reconhece assim. No filme número um, ele usava armas, colete e uma roupa preta com a caveira perfurada por uma faca. Ele liderava o grupo de policiais mais temidos dos morros cariocas.

Quando ele entrava em ação tocava aquela música: tropa de elite osso duro de roer pega um pega geral.... Ah ( suspiros) ! Temos um herói. Até os traficantes assistiram o filme e se reconheceram nos sacos plásticos e o tapas na cara, tão comum para eles !
A saga continua: “o inimigo agora é outro” .

Filme 2

O Capitão Nascimento voltou como Coronel. Tirou a roupa preta e colocou um terno, mas, continuou gato. Segundo ele, foi o “sistema” que o colocou como sub-secretário de segurança do Rio de Janeiro. Agora a culpa não é mais do bandido é do “sistema”.
Uma das características do “ sistema” são seus diversos tentáculos que levam a corrupção por onde passam.

Triste constatação: No primeiro filme Nascimento era herói, putz, no segundo ele é vítima. Perdeu a mulher para um maconheiro, que por sinal era seu inimigo, perdeu seu cargo na polícia, seu amigo e seu filho foi parar no CTI.

Que pena, o nosso herói não era herói como o Batman e Superman , esses no final sempre vencem. Ele merecia um final maneiro, nós também !