segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Texto 7:Amor ingrato

Texto 7: Amor ingrato

Francisca amava josé. Mas havia um problema: José, nascido em Cabo Verde, era escravo em Minas Gerais.
Francisca, ex-escrava e proprietária de alguns imóveis em Mariana, comprou a liberdade do seu amado, e eles se casaram. Mas, infelizmente não viveram felizes para sempre.
José usou o dinheiro das rendas de Francisca para comprar uma escrava, a africana Maria, e a transformou em sua amante.
E não parou por aí: passou a maltratar sua esposa e a usar a amásia para ameaça-la, até que ela precisou sair de casa.
Francisca que já havia superado as agruras da escravidão e conseguido numa vida relativamente confortável, não aceitou a situação com facilidade.
Ela recorreu a justiça em 1772, pagando um advogado para processar o marido ingrato e o capitão-mor da região, uma espécie de delegado de polícia , que dava cobertura a José.
O desfecho do caso ninguém sabe, ninguém viu. Mas fica a prova de que a ingratidão e a injustiça não eram aceitas passivamente pelas mulheres da colônia.

Em Crimes e escravos na Capitania de Todos os Negros, de Liana Maria Reis.

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