segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Tema 23 " Heróis fabricados. ”

Há alguns anos atrás houve uma pesquisa onde a pergunta era: Quem é o maior herói brasileiro? O resultado da pesquisa deu vitória folgada para Ayrton Senna.

 Pelo que me consta, Senna foi um homem bom, entretanto não teve seu nome atrelado a nenhum movimento de luta por direitos, nem denunciava a miséria e as injustiças sociais que assolam o país. Mas, por outro lado, se aguerrido fosse, não seria ele aclamado pela mídia e considerado herói pelos brasileiros.

Infelizmente, o povo brasileiro não valoriza grandes feitos. Ninguém citou na pesquisa o nome do Capitão pára-quedista da Aeronáutica Sérgio Macaco, que, desobedeceu a ordem de seu superior, durante a ditadura militar, para explodir o gasômetro no Rio de Janeiro, com o intuito de culpar os comunistas. A atitude do Capitão Sérgio Macaco impediu que milhares de pessoas morressem. Por essa atitude, ele foi preso e morreu no esquecimento.

Capitão Sérgio Macaco
Os heróis produzidos pela mídia só são heróis enquanto não ferirem os interesses da elite. Ronaldinhos, xuxas e um monte de artistas, se vierem a defender questões como a reforma agrária, reforma tributária, educacional, conhecerão cólera dos poderosos. Por isso preferem apenas cantar, jogar bola ou dançar.

Lamentavelmente no Brasil os “heróis são fabricados.”

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Quantas lágrimas e doenças psíquicas o bullying já provocou. Sobre esse tema partilho com vocês o texto de Rubem Alves para futura reflexão.

Texto 22:
Costumava caminhar num jardim que terminava em frente a uma escola. Observava meninos e meninas que iam juntos, bonitos, esbanjando alegria. Mas havia uma menina muito gorda que caminhava sempre só. Nunca vi um gesto dos alegres e bonitos convidando-a a juntar-se ao grupo. E ela nem tentava. Havia outra, magra, alta, sem seios, rosto coberto de espinhas, encurvada como se quisesse esconder-se dentro de si.


Ficava pensando que havia nelas uma mocinha que desejava ser amada. O que pensavam quando iam para a cama? Certamente choravam. Mas essas percepções não passavam pela cabeça dos outros.

No Ginásio era assim também. Os bonitos se juntavam. Os feios eram deixados de lado. Um incidente ocorrido há 60 anos continua vívido na minha cabeça. Era uma moça feia, desengonçada, magra. Jamais a vi conversando com um menino ou sorrindo. Entrava na sala e ia para sua carteira, encostada na parede. Um dia, chegou atrasada, a turma já assentada. Não havia jeito de se esconder, desfilou diante de todos. E foi então que um colega deu um daqueles assobios… A classe estourou na gargalhada. Ela continuou a caminhar, as lágrimas escorrendo.

Tive vontade de berrar, um grito de ódio, mas nada fiz. Porque também era fraco e feio e ridículo. Ela é a única colega cujo nome não me esqueci. Suas iniciais eram I.K. Eu era novo no Rio de Janeiro, vindo do interior de Minas, onde ir à escola de sapato era um luxo. Fui ao colégio no primeiro dia de aula com sapato sem meia. Todos riram. No dia seguinte, fui de meia. Não adiantou. Riram-se do meu sotaque caipira. Tornei-me vítima dos valentões. Apanhei muito em silêncio porque não sabia me defender. Não tinha a quem apelar. Acontecia na rua, fora do olhar dos professores. Meus pais não saberiam o que fazer. Minha mãe me daria o único conselho que sabia dar: “Quando um não quer dois não brigam”. É verdade, quando um não quer, um bate e o outro apanha.

Uma pessoa querida me disse que tenho raiva das mulheres. Fico a pensar se essa raiva não tem raízes na minha mãe, que só me ensinava a não reagir, que desejava que eu fosse fraco e não enfrentasse a luta. A pancada que mais doeu foi dada por um colega que se dizia filho de governador, rico, arrogante, ouro nos dentes. Sem motivo, na hora do recreio veio até mim e disse: “Você é ridículo…”

Essas experiências não podem ser esquecidas. A gente faz força para não as revelar, por vergonha. Durante toda a vida, foram um segredo só meu. Nunca as contei nem para os amigos mais íntimos. É a primeira vez que as revelo.

Fui me enchendo de vergonha e de humilhação. Daí nasce o ódio. À medida que crescia e me tornava adulto, esses sentimentos criaram em mim um lado que não suporta a injustiça dos fortes contra os fracos. O que me leva, por vezes, a fazer coisas imprudentes a favor dos fracos, mesmo com risco de ser agredido.

Mas há algo que me magoa. É como se a minha pele de ternura, de voz baixa, de poesia, que deseja proteger as coisas fracas, morasse no mesmo quarto onde mora esse jeito bravo. E, de vez em quando, sem me dar conta, fico irônico, impaciente, a voz se encrespa. Imagino que isso aconteça quando, lá no meu inconsciente, onde mora o menino ridículo que apanhava, o sentimento de humilhação aparece. Magoei muitas pessoas com esse meu jeito, algumas de forma irremediável. Por isso estou triste. Mais triste porque sei que hoje, no mundo todo, os fracos são humilhados e apanham…

Rubem Alves

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Pela Criação do Estado da Palestina !

Palestino é todo indivíduo que nasce na Palestina. Atualmente os palestinos podem ser cristãos,muçulmanos, nascidos em territórios independentes ou em Jerusalém ( parte oriental).

Mesmo estando sob comando israelense os palestinos nascidos em Jerusalém possuem nacionalidade própria e são reconhecidos diplomaticamente em vários países, inclusive no Brasil, como um povo nação.

A Palestina encontra-se dividida em três partes: Faixa de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém oriental que integra o Estado de Israel.