Textos, temas e reflexões : Professora Lurdinha
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
Zahir
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Amor franciscano
Francisco realizou uma síntese feliz entre a ecologia exterior (meio ambiente) e a ecologia interior (pacificação interior) a ponto de se transformar no arquétipo de um humanismo terno e fraterno, capaz de acolher todas as diferenças. Como asseverou Hermann Hesse: "Francisco casou em seu coração o céu com a terra e inflamou com a brasa da vida eterna nosso mundo terreno e mortal". A humanidade pode se orgulhar de ter produzido semelhante figura histórica e universal. Ele é o novo, nós somos o velho.
O fascínio que exerceu desde seu tempo até os dias de hoje se deve ao resgate que fez dos direitos do coração, à centralidade que conferiu ao sentimento e à ternura que introduziu nas relações humanas e cósmicas. Nele as pessoas não comparecem como "filhos e filhas da necessidade, mas como filhos e filhas da alegria" (G. Bachelard). Aqui se encontra a relevância inegável do modo de ser do Poverello de Assis para o espírito ecológico de nosso tempo, carente de encantamento e de magia.
Escrito por Leonardo Boff
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Educação X igualdade
Os governos precisam perceber que desigualdade educacional, quando combinada a desigualdade econômica, cria um abismo rumo à sociedade mais justa. Oferecer uma educação de má qualidade aos desfavorecidos, significa aumentar ainda mais a desigualdade econômica em nosso país.
Os programas chamados, pelos que não precisam, de assistencialistas, como o Bolsa Família, mesmo sendo um meio de distribuição de renda, tem efeito paliativo, pois não promove uma mudança significativa na pirâmide social. Para tal, temos que utilizar mecanismos mais consistentes, que viabilizassem a ascensão dos indivíduos. A educação de qualidade seria um desses mecanismos.
Colocar crianças na sala de aula por colocar, não promove mudanças sociais, apenas aumentam as estatísticas e as verbas recebidas pelos estados e prefeituras. Essas crianças e jovens não competirão em pé de igualdade. Muitas sairão do Ensino Fundamental sem saber interpretar um texto simples ou até mesmo escrever corretamente. No dia a dia se sentirão inseguros no traquejo profissional e tudo contribuirá para que sigam a profissão dos pais, ou seja, reproduzirão a mesma realidade social de seus familiares.
quarta-feira, 13 de julho de 2011
O misterioso Monte Roraima
quinta-feira, 16 de junho de 2011
Carta testamento de Getúlio Vargas.
terça-feira, 7 de junho de 2011
Governo do Rio de Janeiro X Greve dos Bombeiros.
Na ocasião, vários marinheiros tomaram o controle de alguns navios e ameaçaram bombardear a cidade do Rio de Janeiro, em especial o Palácio da Presidência. O líder do movimento era João Cândido. Todos reivindicavam o fim dos castigos físicos.
É das “lutas” entre os que mandam e os que vendem a sua força de trabalho, que saem as vitórias.
Por fim digo que, nós cariocas, amamos nossos bombeiros. Os chamamos para tirar gato de árvores, suicidas de prédios e vítima de acidentes. Não conheço ninguém que tenha chamado um governador ou outro político qualquer.
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Xerazade e o poder da palavra ...
Xerazade quis ajudá-lo.
E, quando o sultão começava a sentir algum sentimento ruim,
ela usava as palavras...
sábado, 21 de maio de 2011
Para alguns "socialistas" da nossa época.
Roberto Campos, certa vez afirmou ser engraçada a esquizofrenia de nossos artistas e intelectuais de esquerda: admiram o socialismo de Fidel Castro, mas adoram também três coisas que só o capitalismo sabe dar - bons cachês em moeda forte; ausência de censura e consumismo burguês. Trata-se de filhos de Marx numa transa adúltera com a Coca-Cola...
Sendo assim, ‘socialista’ é o cara que chama atenção para as intenções e não busca resultados, adora posar de bom moço, mas não coloca a mão no bolso, prega a igualdade social, mas quer os pobres bem longe.
domingo, 8 de maio de 2011
O Rio é assim ?
Na história tem favela com direito a micos ladrões, uma moto de origem duvidosa e traficantes... de aves. As piores coisas se passam na favela ou de lá foram arquitetadas. E, para piorar a situação, a sociedade é pintada como um conjunto de mulatas assanhadas, gostosas da praia, filhinho de papai drogado, sambista malandro e outras coisinhas mais... Personagens recorrentes na nossa filmografia.
O filme é uma produção americana, portanto, ao se denegrir o país alheio torna-se fácil angariar simpatia e se manter como modelo cultural dominante.
Face a isso, os filmes Hollywoodianos fortalecem, a cada dia mais, determinados estereótipos: russo espião e assassino, mexicano bebedor de tequila, grego pescador e italiano mafioso.
Mas, o maior problema não está propriamente no clichê dos personagens e sim no preconceito que daí advém. Quem não conhece o Rio de Janeiro, após assistir o filme, mesmo sem querer, acaba rotulando os cariocas e, principalmente, os moradores das favelas. E essa rotulação às vezes escapa do controle racional. Lamentavelmente, o filme tem recorte infantil, portanto, várias crianças captaram essas distorções e as reproduzirão em meio social.
Atualmente, a Rocinha, possui cerca de 70 mil habitantes, será que todos são como os retratados no filme?
sábado, 30 de abril de 2011
Para quem esquece rapidamente o que leu ...
*Faça perguntas ao texto e busque respondê-las com base nele ( isso dá ótimos resultados na hora de estudar para uma prova).
*Leia, e logo após repita, se preferir, finja estar contando para alguém o que você leu. !
*A memória adora associar informações a imagens. Por isso, crie uma história em seu pensamento, com aquilo que está lendo.
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Para o Deputado Jair Bolsonaro
Aquela atitude estava longe de ser preconceituosa, ela só estava curiosa diante do diferente. Ela passou o dedinho e como não viu nada de mais voltou a brincar com a amiguinha, pois a cor daquela pele não significava nada.
quinta-feira, 10 de março de 2011
Como defensora do sistema de cotas nas universidades públicas, tomo emprestado o texto de Edson Borges.
À custa de muita pressão, consegue-se convencer os organizadores a cortarem as cordas que prendiam um dos corredores.
Só que ele continua perdendo. Motivo: seus músculos estão atrofiados pela falta de treinamento. Se tudo continuar como está, a tendência é que ele perca sempre.
O que fazer para promover a igualdade de condições entre dois corredores ? Alguns sugerem que se dê um treinamento especial ao corredor que está amarrado. Pelo menos durante algum tempo.
Outros defendem um medida mais radical: por que não lhe dar uma vantagem de dez metros em cada corrida ?Logo se ouvem vozes denunciando que isso é discriminação. Mas há quem defenda: discriminação sim, mas positiva porque visa promover a igualdade, pois, tratar igualmente é perpetuar a desigualdade.
Essa história ilustra muito bem o conceito de " ação afirmativa” e o que o tema desperta na sociedade. Podemos dizer que os negros, as mulheres e outros grupos discriminados são como corredores amarrados: por vezes estiveram presos pelas cordas do racismo e da discriminação, por vezes traduzidos até em leis. Mesmo depois de soltos continuam a perdendo. Isso porque a discriminação, mesmo que ilegal, prossegue funcionando de forma disfarçada. No caso dos negros, há também a desvantagem histórica...”
domingo, 27 de fevereiro de 2011
A cãibra que mata ( texto 24).
Para não perder o trabalho e ver a sua família morrer de fome, o cortador trabalha exaustivamente. Ai entra a cãibra. Ela começa nos braços, e segue pelas pernas e, enfim, ao corpo todo. Na verdade, ele morre de estafa.
É preciso gritar com eles. Divulgue essa injustiça!
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Na moda ou não, o uso de piercings tem seu preço. A pessoa que o coloca corre o risco de ficar deformada, de contrair uma infecção e de ficar com cicatrizes indesejáveis.
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Se eles não praticam a " igualdade cultural" como defendem a "igualdade material" ?
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Tema 23 " Heróis fabricados. ”
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Quantas lágrimas e doenças psíquicas o bullying já provocou. Sobre esse tema partilho com vocês o texto de Rubem Alves para futura reflexão.
Costumava caminhar num jardim que terminava em frente a uma escola. Observava meninos e meninas que iam juntos, bonitos, esbanjando alegria. Mas havia uma menina muito gorda que caminhava sempre só. Nunca vi um gesto dos alegres e bonitos convidando-a a juntar-se ao grupo. E ela nem tentava. Havia outra, magra, alta, sem seios, rosto coberto de espinhas, encurvada como se quisesse esconder-se dentro de si.
Ficava pensando que havia nelas uma mocinha que desejava ser amada. O que pensavam quando iam para a cama? Certamente choravam. Mas essas percepções não passavam pela cabeça dos outros.
No Ginásio era assim também. Os bonitos se juntavam. Os feios eram deixados de lado. Um incidente ocorrido há 60 anos continua vívido na minha cabeça. Era uma moça feia, desengonçada, magra. Jamais a vi conversando com um menino ou sorrindo. Entrava na sala e ia para sua carteira, encostada na parede. Um dia, chegou atrasada, a turma já assentada. Não havia jeito de se esconder, desfilou diante de todos. E foi então que um colega deu um daqueles assobios… A classe estourou na gargalhada. Ela continuou a caminhar, as lágrimas escorrendo.
Tive vontade de berrar, um grito de ódio, mas nada fiz. Porque também era fraco e feio e ridículo. Ela é a única colega cujo nome não me esqueci. Suas iniciais eram I.K. Eu era novo no Rio de Janeiro, vindo do interior de Minas, onde ir à escola de sapato era um luxo. Fui ao colégio no primeiro dia de aula com sapato sem meia. Todos riram. No dia seguinte, fui de meia. Não adiantou. Riram-se do meu sotaque caipira. Tornei-me vítima dos valentões. Apanhei muito em silêncio porque não sabia me defender. Não tinha a quem apelar. Acontecia na rua, fora do olhar dos professores. Meus pais não saberiam o que fazer. Minha mãe me daria o único conselho que sabia dar: “Quando um não quer dois não brigam”. É verdade, quando um não quer, um bate e o outro apanha.
Uma pessoa querida me disse que tenho raiva das mulheres. Fico a pensar se essa raiva não tem raízes na minha mãe, que só me ensinava a não reagir, que desejava que eu fosse fraco e não enfrentasse a luta. A pancada que mais doeu foi dada por um colega que se dizia filho de governador, rico, arrogante, ouro nos dentes. Sem motivo, na hora do recreio veio até mim e disse: “Você é ridículo…”
Essas experiências não podem ser esquecidas. A gente faz força para não as revelar, por vergonha. Durante toda a vida, foram um segredo só meu. Nunca as contei nem para os amigos mais íntimos. É a primeira vez que as revelo.
Fui me enchendo de vergonha e de humilhação. Daí nasce o ódio. À medida que crescia e me tornava adulto, esses sentimentos criaram em mim um lado que não suporta a injustiça dos fortes contra os fracos. O que me leva, por vezes, a fazer coisas imprudentes a favor dos fracos, mesmo com risco de ser agredido.
Mas há algo que me magoa. É como se a minha pele de ternura, de voz baixa, de poesia, que deseja proteger as coisas fracas, morasse no mesmo quarto onde mora esse jeito bravo. E, de vez em quando, sem me dar conta, fico irônico, impaciente, a voz se encrespa. Imagino que isso aconteça quando, lá no meu inconsciente, onde mora o menino ridículo que apanhava, o sentimento de humilhação aparece. Magoei muitas pessoas com esse meu jeito, algumas de forma irremediável. Por isso estou triste. Mais triste porque sei que hoje, no mundo todo, os fracos são humilhados e apanham…
Rubem Alves
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Pela Criação do Estado da Palestina !
A Palestina encontra-se dividida em três partes: Faixa de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém oriental que integra o Estado de Israel.
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Reforma agrária: impossível diálogo.
Partilho com vocês algumas conclusões.
Segundo o autor José de Souza Martins, quando chamamos os sem terras de excluídos não estamos favorecendo a mudança social, pois, o termo excluído pressupõe a legitimação da realidade.
Durkheim diz que o Estado através da força coercitiva molda a consciência coletiva da sociedade. E como no Brasil os partidos políticos, que de certa forma representam o Estado, possuem compromissos com as classes dominantes, a reforma agrária tende a não sair.
Muitos intelectuais alegam que a reforma agrária traria prejuízos para o desenvolvimento da economia capitalista brasileira. Eles representam a postura do Estado que prefere optar por projetos sociais do que por uma reforma profunda.
O brasileiro acredita que o Estado antecipa soluções dos problemas sociais, sendo assim, nega-se a participação dos indivíduos na construção de processos históricos que primam por melhorias, pois o Estado agirá primeiro, arrancando da sociedade todas as suas iniciativas.
Um dos grandes defeitos do MST é falar em nome da sua instituição, não em nome da classe pobre, que é a que está diretamente envolvida na questão, desta forma, se isolam e caem na anomia social.
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Texto 21: Saga de Nascimento: O herói Brasileiro
Filme 1
O Capitão Nascimento voltou como Coronel. Tirou a roupa preta e colocou um terno, mas, continuou gato. Segundo ele, foi o “sistema” que o colocou como sub-secretário de segurança do Rio de Janeiro. Agora a culpa não é mais do bandido é do “sistema”.
Uma das características do “ sistema” são seus diversos tentáculos que levam a corrupção por onde passam.
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Você sabia que o fotógrafo que tirou esta foto se matou ?
Por que Carter não a salvou? O que ele pensava? Qual era sua preocupação? Com um pouco de reflexão podemos entender por que razão ele não a salvou. Todos nós, filhos da modernidade, somos espectadores de uma experiência empobrecedora que melhor se conceitua como guerra, fome, miséria, repressão e barbárie. No mundo moderno o mal se tornou comum, é parte da cena cotidiana. O mal se banalizou. Tornamo-nos insensíveis a desgraça alheia. Carter, como fotógrafo, acostumou-se a captar o cinéreo, o claustro e o frívolo em suas fotografias. Acostumou-se a experimentar o mal. Mas pagou um preço alto pela banalização do mal. Quando refletiu sobre a cena, sentiu náusea, culpa, remorso. Suicidou-se. Foi o preço que ele pagou por sua falta de piedade. Digo piedade, pois é por meio desse conceito que podemos entender Carter.
segunda-feira, 24 de maio de 2010
O passado morreria de inveja !
Não custa lembrar que Tiradentes morreu por ser contra o Quinto ( imposto da época colonial que equivalia a 20 % do ouro encontrado).
Atualmente, pagamos cerca de 40% de tudo que produzimos, ou seja, nem mesmo o dobro de impostos e, sem falar do “mensalão”, gera revolta.
"A punição que os bons sofrem, quando se recusam a agir, é viver sob o governo dos maus." (Platão)"
“O maior castigo para aqueles que não se interessam por política é que serão governados pelos que se interessam.” (Arnold Toynbee)
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Texto 20: Karl Marx e a crítica ao capitalismo
Karl Marx (1818-1883), em virtude de suas concepções revolucionárias foi um dos homens mais odiado do séc. XIX. Suas idéias constituem-se em um dos pensamentos mais difíceis de ser explicado ou resumido, isso porque Marx escreveu vários livros e seu ideário se desdobra em várias correntes de pensamentos.
O livro O Capital é considerado sua obra-prima. Nele, Karl Marx explicar o funcionamento do capitalismo, antecipa sua evolução e faz críticas a essa doutrina econômica.
Segundo ele, para sobreviver o homem é obrigado a transformar a natureza para obter as coisas que precisa, como exemplo, ele produz alimentos e roupas. A partir desse ponto, Marx afirmava que qualquer estudo sobre a sociedade deveria começar na observação das relações sociais que se formam quando os homens utilizam os meios de produção. São essas relações sociais de produção que, para ele formam a base de toda a estrutura social.
Analisando a sociedade capitalista ele chegou à conclusão que ela se divide em dois grupos, trabalhadores e capitalistas. É nesta realidade socioeconômica que, para Marx, as desigualdades sociais nascem.
O pensador ilustra suas concepções explicando que na realidade capitalista, o capitalista compra a mão de obra do trabalhador e lhe paga um determinado salário. Muitas vezes, poucas horas de trabalho seria o suficiente para pagar-lhe o salário. Entretanto, o trabalhador se apossa das horas excedentes para obter altos lucros. O lucro obtido não retorna para o trabalhador, uma vez que o seu salário não aumenta se os lucros do capitalista aumentam. A esse valor excedente Marx chama de mais-Valia.
Analisando as relações sociais de produção, esse pensador ainda dizia que o conceito de classe social é um conceito histórico, pois as classes sociais mudam ao longo da história humana, de acordo com as circunstâncias sociais, econômicas e políticas. As classes são definidas por sua relação com a propriedade dos meios de produção e por sua posição no processo produtivo.
Para validar seu pensamento Karl Marx cita o final do feudalismo, quando a burguesia derrubou a nobreza. A Revolução Francesa culminou essa mudança.
Diante das ideias marxistas podemos concluir que cada sociedade, sendo ela estamental, de casta ou capitalista possui classes dominantes que se apossam dos meios de produção. Essa realidade se impõe através de construções históricas, onde os indivíduos constroem a sua história, mas não da maneira que querem, pois existem, situações que conduzem o modo como ocorre a construção.
Karl Marx ainda lembra que o capitalismo cria uma ideologia que é passada de geração em geração, condicionando as classes para determinados caminhos; mas todas as classes possuem a capacidade de reagir e transformar a história.
Obs: Meios de produção é a junção da matéria prima com os instrumentos de trabalho, ou seja, ferramenta, máquinas, luz...
terça-feira, 23 de março de 2010
Texto 19: o socialismo de Marx
A Revolução industrial transformou a vida de milhões de pessoas, principalmente a dos artesãos que não conseguiram enfrentar a concorrência das fábricas ( isso sem falar dos cercamentos).
Enquanto, por exemplo, um artesão fabricava um par de sapatos por dia, a fábrica produzia duzentos. O preço dos produtos vindo das fábricas era bem menor.
Para não morrerem de fome milhares e milhares de artesãos foram trabalhar nas fábricas por um salário miserável. Na realidade industrial duas coisas cresciam: a riqueza da burguesia e a miséria do povo.
Neste contexto vários pensadores passaram a criticar o capitalismo. Um deles foi o socialista Karl Marx. Em 1848, juntamente com seu amigo Engels, escreveu o capital, neste livro ele fez profundas críticas ao capitalismo e defendeu o chamado socialismo científico, também conhecido com marxismo. Suas teorias de uma forma geral diziam que:
- O capitalismo gera grandes injustiças sociais, pois no capitalismo ninguém é suficientemente rico, assim, o trabalhador será sempre explorado pelo capitalista. Esse nunca dividirá os lucros com os trabalhadores, sejam eles grandes ou não.
- O capitalismo gera crises e nessas crises podem ocorrer uma revolta dos trabalhadores e a implantação do socialismo.
- A sociedade socialista é igualitária. Todos os meios de produção ( matéria prima e instrumentos de trabalho) passam a ser do proletariado ( trabalhadores) e planejada por um Estado justo.
- O objetivo da economia não é o lucro e sim o bem estar da população.
- A burguesia produz um conjunto de ideias ( ideologia) que cegam o proletariado os deixando conformados. Com o fim do Estado burguês o povo torna-se mais consciente.
Baseado nas ideias Marxistas, em 1917, ocorreu na Rússia a Revolução socialista, conhecida como Revolução Russa. Esse acontecimento daria origem a URSS e propagaria pelo mundo a fora as ideias socialistas através dos partidos comunistas.
sábado, 20 de março de 2010
Até que não é o mais caro se comparado a outro modelo da mesma marca, que custa US$ 2,7 milhões.
Pois é, esse relógio é para quem pode! O socialista Chávez, pode !
Não tenho nada contra quem tem dinheiro para comprar um relógio que custa o preço de um apartamento, desde que o tenha adquirido de forma honesta, entretanto, sou contra quem diz que é socialista e o tem. A isso chamo de hipocrisia.
Tem idiota que ainda leva a sério os discursos políticos sem ações comprobatórias.
Isso vale para muitos partidos que enquanto abraçam o discurso de justiça social, tiram dinheiro das escolas e de hospitais... através da corrupção.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Texto 18- A chapa esquentou: O Iluminismo chegou !
Iluminismo
Tranquilamente poderíamos chamar os anos entre os séculos XVIII e XIX de “Os anos chapa quente”. Neste período, para desespero das monarquias, vários acontecimentos abalaram a Europa e a América, inclusive o Brasil. Observe o que aconteceu nesta época:
* A independência dos Estados Unidos (1776)
* A Revolução Francesa (1789-1799)
* A Inconfidência Mineira (1789)
* Conjuração Baiana (1798)
* E vários países da América latina foram ficando independentes (no início do séc. XIX)...
Mas não parou por aí, este período foi acompanhado por um bando de ideias novas que propunham acabar com o poder da monarquia e da nobreza. Os indivíduos que defendiam tais ideias eram chamados de iluministas.
Os iluministas acreditavam que tinham como missão levar o esclarecimento a todos os setores da sociedade independente de classe social, pois, somente através da razão os homens alcançariam as luzes do saber, saindo então do mundo das trevas, onde a ignorância imperava.
Para eles, todos os governos tinham que primar pela liberdade e pela igualdade perante a lei, ao invés de se preocuparem com o luxo.
Acreditavam também, que a sociedade moldava os seus indivíduos para torná-los submissos a uma ordem econômica e hierárquica, inculcando-lhes superstições, medos, crenças e preconceitos. Para completar diziam que a Igreja acabava transformando os homens em meros fantoches dos poderosos.
O filosofo iluminista Jean Jacques Rousseau dizia que “o homem é bom por natureza, a sociedade é que o corrompe”.
Existia ainda, uma corrente de iluministas ligados à educação. Eram chamados de pedagogos esclarecidos (esclarecido e iluminista são a mesma coisa) . Eles afirmavam que seria através da escola que se mudaria o mundo, pois, se desde cedo, a escola educasse as crianças para viverem sem preconceitos, serem quietinhas e fraternais, o futuro seria bem melhor.
Os estudiosos ilustrados (os iluministas também são chamados de ilustrados) davam muito valor a ciência, acreditavam que através dela o homem comprovava as coisas pela razão.
Neste contexto cientificamente positivo, para desespero da Igreja, os iluministas começaram a explicar como funcionava o universo. Como exemplo, quando caia uma forte chuva e destruía as lavouras de uma aldeia, a igreja dizia que era castigo, enquanto, os cientistas diziam que era um fenômeno da natureza. Para eles, Deus criou o mundo com uma natureza que se movia através de leis própria.
Não precisamos nem falar que este modo de pensar motivou inúmeros avanços tecnológicos e científicos em vários campos como: astronomia, física, química, biologia, medicina...
Os principais pensadores Iluministas foram:
Barão de Montesquieu (1689-1755) _ Ele dizia que não existia um governo totalmente certo. Sua proposta mais conhecida foi a divisão dos poderes em três instâncias: poder legislativo, judiciário, executivo. Desta forma um poder fiscalizaria o outro.
Voltaire (1694-1778) Defendia a liberdade de todos os indivíduos. Dizia que o poder supremo dos Reis e da Igreja tinha que acabar.
John Locke (1632-1704) Dizia que um governo forte era necessário para defender a vida e a propriedade das pessoas, porém, este poder jamais poderia ser limitador e tinha que possuir um contrato com a população. Se o seu governo fosse bom ele poderia continuar no poder, mas, se ao contrário não fosse o povo poderia tirá-lo do poder.
Lourdes Belchior
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
Texto 17: Um Campo de Extermínio chamado Gaza
(...) Na quarta-feira passada, intensos bombardeios israelenses destruíram a única usina de força e luz da faixa de Gaza, onde vivem 1 milhão e 300 mil palestinos. Setecentos mil ficarão sem luz pelos próximos seis meses. Esses estão dentro de casa abanando-se com leques e jornais (a temperatura bate os 38 graus), olhando para suas geladeiras que não funcionam. Por outro lado não podem sair de casa por causa do intermitente bombardeio e possibilidade de invasão a qualquer hora.
A escuridão sufocante e as explosões em massa fazem tremer as cidades. O zunido dos mísseis estilhaçam milhares de vidraças, crianças correm para os braços das mães, velhos sofrem ataques cardíacos e mulheres abortam espontâneamente. Setecentas mil pessoas sem eletricidade, sem um rádio onde possam ouvir uma voz amiga lhes dizer: “Nós vamos socorrê-los”.
Os palestinos estão sem comida ou com comida podre. Sem leite e sem água. Muitos cozinham cereais em fogões a gás. Mas com as fronteiras fechadas, o que fazer quando o gás acabar? O suprimento de água em Gaza é feito eletricamente. Poderíamos chamar isso de terrorismo?
O aqueduto está contaminado pela água do mar e por impurezas provocadas pelas bombas. Para que essa água seja purificada, teria de ser tratada por máquinas elétricas. Claro, a água pode ser fervida, mas até quando? Beber água contaminada significa simplesmente cólera.
Se ocorrer uma epidemia, ela se alastrará como fogo em palheiro entre uma população sem espaço para se movimentar, com medo de se movimentar. Quando não existe água e luz, os hospitais são inúteis, são inúteis os médicos, as enfermeiras, os bons samaritanos.
“Os palestinos de Gaza não podem nem fugir”, explica a jornalista e cientista política Virgínia Tilley. Nenhum dos países vizinhos tem condições de absorver quase um milhão de pessoas pobres e desesperadas.
Logística e politicamente desestabilizariam o Egito. Não podem procurar ajuda e segurança com seus amigos e parentes, na margem ocidental do Jordão, pois é proibido sair da região de Gaza.Não podem nem passar pelo Egito para atingir a Jordânia porque Israel não permite a passagem de pessoas com carteiras de identidade de Gaza.
Israel já cometeu inúmeros crimes de guerra sem que nada acontecesse, desafiando abertamente a Convenção de Genebra. (...) Israel transformou a faixa de Gaza num campo de extermínio e o mundo discute futebol. Na escuridão, ninguém enxerga. É quando os ratos se aproximam para o banquete.
Fausto Wolff- Jornal do Brasil
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Texto 15: Revolução de Avis
Muitas pessoas se perguntam o motivo pelo qual Portugal tornou-se o pioneiro na expansão marítima, tendo-se em vista que ele era um país pobre, com estruturas feudais e uma burguesia que não era lá grandes coisas.
Existem vários motivos para tal pioneirismo, a maioria dos livros didáticos os apontam (boa localização geográfica, técnicas de navegação etc.), entretanto, o motivo que serviu de base para tal empreendimento foi a Revolução de Avis (1383-1385). Vamos ver como ela aconteceu?
A partir do séc.VIII os árabes começaram a dominar a Península Ibérica. A presença desses árabes na Europa transmitiu aos europeus importantes conhecimentos sobre a matemática, navegação, medicina e a filosofia entre outras coisas.
Apesar de tudo que aprenderam, os europeus viam os árabes como intrusos, e sonhavam com o dia em que fossem embora.
A medida que os árabes eram expulsos vários reinos, condados e feudos se expandiam. No ano de 1139, uma região da Península Ibérica conseguiu se libertar do domínio muçulmano. Após três anos essa região transformar-se-ia em Portugal (1142).
Em 1383 o Rei de Portugal morreu. Espertamente, os nobres do reino de Castela ( que hoje podemos chamar de Espanha) tentaram anexar Portugal aos seus domínios. No passado Portugal, que se chamava Condado Portucalense, fazia parte do reino de Castela ( atual Espanha).
Para evitar tal união os portugueses se revoltaram e promoveram a Revolução de Avis, coroando D.João I, Rei de Portugal. Agora, Portugal já era um Estado, tinha um Rei, uma burguesia que bancava as viagens e já podia lançar-se ao mar, o que viesse era lucro, lucro só seu !
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Texto 14: Não guarde, jogue fora!
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Texto 11: Em nome de Deus
José Murilo de Carvalho
Foi muito diferente o papel exercido pela religião e pelas igrejas nos movimentos abolicionistas dos Estados Unidos e do Brasil.
O mais forte componente dos abolicionismos britânico e norte-americano foi justamente a convicção religiosa. Os quakers foram pioneiros na luta contra a escravidão na Grã-Bretanha. Esse grupo religioso puritano, conhecido como Sociedade dos Amigos, engajou-se na luta desde o final do século XVII. Apesar de não haver condenação da escravidão na Bíblia, eles decidiram que sua prática era incompatível com o princípio da igualdade de todos os homens perante Deus. Aliados a outros religiosos, organizaram-se em sociedades abolicionistas, mobilizaram a opinião pública e pressionaram o Parlamento para aprovar medidas contra a escravidão. Em 1807, esses militantes conseguiram sua primeira grande vitória quando o Parlamento decretou o fim do tráfico de escravos.
A atuação dos quakers estendeu-se aos Estados Unidos, onde a luta foi muito mais dura, pois lá a escravidão estava dentro do país. Mesmo assim, na década de 1830 já funcionavam várias sociedades abolicionistas, todas movidas por valores puritanos e organizadas por quakers, metodistas e batistas. A mais importante foi a American Anti-Slavery Society, criada em 1833. No Brasil, nem o pensamento abolicionista se baseou na religião, nem a Igreja Católica se empenhou na causa. Pelo contrário, padres e ordens religiosas eram coniventes e cúmplices da escravidão. A Bíblia, argumentava-se, não proibia a escravidão e, afinal, o que importava era a liberdade da alma livre do pecado, e não a liberdade civil. Além disso, padres eram empregados do Estado, cujos interesses tinham dificuldade em contrariar. Nosso abolicionismo baseou-se antes em razões políticas e humanistas.
Esse contraste ajuda a entender por que, nos Estados Unidos, a abolição foi seguida de forte ação a favor dos ex-escravos, sobretudo nos campos da educação, dos direitos políticos e do acesso à propriedade da terra. Entre nós, nada foi feito, nem pelo Estado, nem pela Igreja, nem pelos particulares.
José Murilo de Carvalho é professor titular da UFRJ e autor de Dom Pedro II: Ser ou não ser (São Paulo: Companhia das Letras, 2007).
Texto 10: Desta para melhor
Texto 10: Desta para melhor
Autor: Jackon Ferreira
Em 25 de março de 1854, o subdelegado da freguesia de Santo Antônio, na cidade de Salvador, prendeu o escravo Luiz, fugido do poder de seu senhor, Antonio Montinho, morador da cidade de Santo Amaro. Motivo: o senhor não queria atender ao pedido do escravo para que o vendesse, pois não queria mais servi-lo. Com o fracasso da fuga, Luiz ameaçou enforcar-se caso tivesse que voltar para o domínio do seu dono. O subdelegado resolveu então mandá-lo para a Casa de Correção enquanto esperava Antonio Montinho decidir se o vendia ou não.
Fonte Revista História Biblioteca Nacional: http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=491
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
Texto 7:Amor ingrato
Francisca amava josé. Mas havia um problema: José, nascido em Cabo Verde, era escravo em Minas Gerais.
Francisca, ex-escrava e proprietária de alguns imóveis em Mariana, comprou a liberdade do seu amado, e eles se casaram. Mas, infelizmente não viveram felizes para sempre.
José usou o dinheiro das rendas de Francisca para comprar uma escrava, a africana Maria, e a transformou em sua amante.
E não parou por aí: passou a maltratar sua esposa e a usar a amásia para ameaça-la, até que ela precisou sair de casa.
Francisca que já havia superado as agruras da escravidão e conseguido numa vida relativamente confortável, não aceitou a situação com facilidade.
Ela recorreu a justiça em 1772, pagando um advogado para processar o marido ingrato e o capitão-mor da região, uma espécie de delegado de polícia , que dava cobertura a José.
O desfecho do caso ninguém sabe, ninguém viu. Mas fica a prova de que a ingratidão e a injustiça não eram aceitas passivamente pelas mulheres da colônia.
Em Crimes e escravos na Capitania de Todos os Negros, de Liana Maria Reis.
Texto 6:Leopoldina a Imperatriz do Brasil
Texto 6: Leopoldina a Imperatriz do Brasil
Chegou ao Rio de Janeiro em 1817, com vinte anos de idade.
Existem vários documentos que apontam que D. Leopoldina era muito admirada e vista como intelectual, principalmente pelos intelectuais da época. Essa realidade causava desconforto a D. Pedro.
Uma das amantes se chamava Dona Domitila, para ela D. Pedro deu o título de Marquesa de Santos. Sua presença era constante palácio. Essa realidade causava grande indignação na corte carioca.
Leopoldina, aos 29 anos faleceu devido a perda de uma gravidez que a levou a delirar. Na ocasião Dom Pedro estava no Rio Grande do sul.
Hoje os restos mortais encontram-se no Monumento do Ipiranga, em são Paulo.
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
Texto 5: Abolição como dádiva
Texto 5: Abolição como dádiva
Santa Missão
Os jesuítas chegaram ao Brasil em 1549. Desde daquela época, a presença da companhia de Jesus foi objeto de polêmica. De um lado, um grupo de missionários que surgiu do fervor religioso da Europa Renascentista com o objetivo de espalhar uma fé genuína e renovada; do outro, os interesses de um projeto econômico.
Interesses políticos econômicos e religiosos se chocaram desde o início, o que pode ser visto nos ataques que Gabriel Soares, senhor de engenho na Bahia do séc. XVI, desferiu contra o trabalho missioneiros dos “soldados de Cristo”, ou nas constantes rusgas entre os inacianos e os paulistas caçadores de índios no séc. XVII.
Mas os Jesuítas se adaptaram ao mundo colonial. Ao longo de dois séculos, fundaram povoados, ergueram igrejas, criaram colégios e reuniram indígenas em missões. Propagaram nas terras coloniais, entre colonos e indígenas, uma concepção “ humanista” do homem e da sociedade, embora tenham, paradoxalmente, possuído escravos. A experiência acabou em 179, quando o ministro português Sebastião José de carvalho decidiu expulsar a ordem de Portugal e de suas colônias. Passados 250 anos, o tema ainda é controverso.
No decorrer da sua permanência os jesuítas acumularam, além do poder espiritual, um grande poder econômico que incomodava bastante a coroa e os colonos. Esse poder econômico vinha dos lucros obtidos com atividades econômicas como: plantações de cana, criações de gado, aluguéis de imóveis, doações de fiéis.
Eram tantas as propriedades que constantemente se envolviam em conflitos e litígios com donos de terrenos vizinhos, e, ao concentrar grande influência religiosa, política e econômica, a ordem angariou inimizades e passou a ser vista como uma ameaça pelos governantes locais. Tanto que o ato de sua expulsão alegava ter como objetivo preservar a autoridade real e a soberania do Estado Lusitano. Segundo a coroa, era uma ação em defesa da segurança da coletividade, para “conservar a tranquilidade e os interesses dos fiéis vassalos”. A lei que os mandou embora transferia para a coroa Muitas riquezas que estavam em seu poder.
Adaptação do texto de Paulo de Assunção: Revista Biblioteca Nacional